Vintage Beauty

Como qualquer mulher, não ligo nem nunca liguei muito a carros! Tirei a carta logo aos 19 anos para ganhar mais liberdade, e tive a sorte de os meus pais nunca me imporem restrições em usar os carros de lá de casa. Habitualmente conduzo um jipe, e por vezes um mazda que já encaixa na categoria de clássico - é de 1990, ou seja, estou habituada a carros tough!

Quando tinha os meus sete anos apaixonei-me por um Corvette dos anos 50, daqueles que só vemos nos postais vintage, vermelho e branco, com as jantes prateadas, com os bancos e o volante forrados a pele branca, lindo, imaculado, daqueles que é preciso comer um bife para virar o volante. O Corvette pertencia a um senhor bon vivant que coleccionava carros antigos, e estava estacionado numa garagem onde o meu pai tinha o escritório alugado. Eu adorava ir para o trabalho do meu pai, não porque fosse interessante (um escritório cheio de papel e computadores e peças electrónicas não era mesmo engraçado para mim) mas porque estava lá aquele carro lindo que eu passava o dia a namorar.

Os anos passaram e eu continuo sem achar graça nenhuma aos automóveis modernaços, de linhas minimais, com mudanças automáticas e que parecem manteiga, onde o volante pesa menos de 200gr, vira com um dedo e não ouvimos o motor a trabalhar.